quarta-feira, 4 de maio de 2011

entendendo a Graça de Deus. Parte 3.


1:6-11 – "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus... e isto peço em oração: que o vosso amor aumente mais e mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento"
Os versos de 6-11 descrevem, de maneira majestosa, como o crente deve crescer a cada dia na vida cristã e perseverar neste crescimento constante "até o dia de Cristo".
O verso 6 faz referência à "origem" da nossa Salvação, a grande obra de Deus realizada em nós. Foi Deus mesmo que começou em nós esta maravilhosa "obra", pela ação do Seu Espírito Santo, e através da morte de Seu filho Jesus.
A nossa Salvação é iniciativa absoluta de Deus vindo ao encontro do pecador perdido. Por isso, lemos em Hebreus 12:2: "Fitando os olhos em Jesus, Autor e Consumador da nossa fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus."
Jesus não apenas é o "autor" da fé, mas também o consumador dela. Aquele que começou em nós a "boa obra", também a aperfeiçoará até o dia de Cristo.
Aqui temos reafirmada a doutrina bíblica da perseverança do crente. É o próprio Senhor Jesus que nos aperfeiçoa a cada dia e nos retém dentro da sua mão.
"Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." (João 6:37)"Eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão." (João 10:28)
A vida cristã é dinâmica e progressiva. É inconcebível alguém que se diz estar em Cristo e ficar estagnado na vida cristã. O Senhor quer nos aperfeiçoar a cada dia, levando-nos a frutificar abundantemente.
A seiva vem do Senhor Jesus, que é a videira. Nós somos as varas e, por isso Jesus disse: "...Aquele que permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer" (João 15:5)
Os crentes de Filipos estavam experimentando este aperfeiçoamento, este crescimento na vida cristã. Isto ficou demonstrado claramente, como podemos observar:
V 7 – "...Sois participantes comigo da graça, tanto nas minhas prisões, como na defesa e confirmação do Evangelho"
Precisamos ser "participantes" integrais na obra de Deus aqui na terra, como os crentes de Filipos, envolvendo-nos de corpo e alma na proclamação do Evangelho, mesmo que isto nos custe caro e até mesmo prisões e morte.
V 9 – "...Vosso amor aumente mais e mais no pleno conhecimento e discernimento"
Neste processo de Deus nos aperfeiçoar, sempre haverá lugar para crescer em amor. Este é o principal fruto do Espírito Santo em nós. Quando crescemos em amor, as outras virtudes crescem na mesma proporção.
"Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei." (Gálátas 5:22-23)V 10 – "Para que aproveis as coisas excelentes, a fim de que sejais sinceros, e sem ofensa até o dia de Cristo"
O crente em crescimento aprovará "as coisas excelentes" . O que isto significa veremos no próximo estudo.

Entendendo a "Graça de Deus" parte 2.


1:3-4 – "Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo sempre, em todas as minhas orações, súplicas por todos vós com alegria"
Como já destacamos na introdução, a alegria, o gozo são as marcas características de toda carta aos filipenses. Assim também deve ser a vida cristã de cada um de nós.
O amor e fidelidade dos irmãos da igreja de Filipos traziam à memória de Paulo uma lembrança inspiradora. Na realidade, o apóstolo sentia profunda saudade da igreja, e coloca Deus como testemunha desta saudade.
"Pois Deus me é testemunha de que tenho saudades de todos vós, na terna misericórdia de Cristo Jesus." (1:8)
Não era um saudosismo inconseqüente, mas era uma saudade que estimulava a oração intercessória. Paulo era um homem de oração perseverante, como podemos observar nesta expressão:
"Fazendo sempre, em todas as minhas orações...".
Ele estava preso, impedido de realizar a obra missionária por toda parte, como tanto gostava de fazer. Mas, o seu espírito não está preso, e por isso podia continuar a fazer a obra de Deus, exercendo o maravilhoso ministério da oração intercessória.
Paulo era um pastor que orava por seu rebanho e sentia, também, a necessidade da oração do povo de Deus por seu ministério.
"Com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos, e por mim, para que me seja dada a palavra, no abrir da minha boca, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que nele eu tenha coragem para falar como devo falar." (Ef. 6:18-20)
1:5 – "Pela vossa cooperação a favor do evangelho desde o primeiro dia até agora"
A igreja de Filipos era uma igreja que participava integralmente na expansão do Evangelho. Paulo lembra com gratidão esta cooperação perseverante da igreja, dizendo
"desde o primeiro dia até agora".
Não era uma cooperação momentânea ou esporádica, mas contínua, constante. Era uma igreja que vivia a recomendação de Paulo em I Cor. 15:58.
"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor".
Outro detalhe a destacar é a participação de todos os crentes. Todos participavam com alegria, como bem expressa o apóstolo no v-7:
"...pois todos vós sois participantes comigo da graça, tanto nas minhas prisões como na defesa e confirmação do evangelho".
Paulo tinha muitos motivos para se alegrar com esta igreja. Como alegra o coração do pastor ter uma igreja que coopera, que participa, que se envolve e aceita desafios!
A falta de cooperação e o desinteresse do povo de Deus, trazem tristezas, primeiramente ao coração do Senhor e também ao coração do pastor.
A igreja de Filipos trazia à memória de Paulo, lembranças abençoadoras. Quando as pessoas se lembrarem de nós terão elas gratidão pela nossa fidelidade e amor? Seremos lembrados pela nossa fidelidade e amor à Palavra como foram Loide e Eunice?
"Trazendo à memória a fé não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice e estou certo de que também habita em ti."
(II Tim. 1:5)
A Bíblia fala de um homem que morreu sem deixar, de si, saudades: Jeorão
"Ti
nha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem deixar de si saudades; e o sepultaram na cidade de Davi, porém não nos sepulcros dos reis." (II Crôn. 21:20)
Que sejamos fiéis em toda nossa vida cristã e grandes colaboradores da obra do Senhor, como os crentes de Filipos e sejamos exemplos como Loide e Eunice para que se lembrem de nós com gratidão, como Paulo aqui se expressa.

"entendendo a Graça de Deus". 1 Parte.


FILIPENSES VERSO A VERSO 1:1 – "Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos" "Ora, espero no Senhor Jesus enviar-vos em breve Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo as vossas notícias. Porque nenhum outro tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso bem-estar." (2:19-20)"Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo" "Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo." (I Cor. 6:19-20)1:2 –"do qual fui feito ministro, segundo o dom da graça de Deus, que me foi dada conforme a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar aos gentios as riquezas inescrutáveis de Cristo" (Ef. 3:7-8)
É esta mesma "graça" que tem justificado a todo aquele que crê.
 
É muito importante que observemos a ordem destas palavras: Primeiro vem a graça e depois a paz.
O mundo de hoje fala muito de "paz", mas quase nada de "graça".
Por isso, o que vemos hoje é que a "paz" é apenas discurso por falta da "graça" de Jesus nos corações.
 
O apóstolo deixa muito claro nesta saudação que a "fonte" tanto de graça como da paz é o soberano Senhor Jesus Cristo.
A Paz que Jesus traz é muito mais do que ausência de guerra ou aflições, pelo contrário, podemos ter paz em meio às aflições.
Nesta mesma carta ao final, o apóstolo fala de muitas aflições a que estamos sujeitos neste mundo; mas, fala também, de uma paz que excede a todo entendimento
"Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus" (Rom. 3:24)"Paz da parte de Deus""Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz." (Jer. 6:14)"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." (João 14:27)"...Da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo""Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre. Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus." (4:11,12,7).
A maneira de escrever carta era diferente de nossos dias. Normalmente, o nome de quem escreveu a carta vem ao final, mas no tempo de Paulo, o nome de quem enviava aparecia em primeiro lugar.
Paulo inclui o nome de Timóteo nesta saudação, mas não significa que Timóteo tenha sido co-autor da carta, mas era uma característica de Paulo identificar-se com seus colegas de ministério, na obra de Evangelização. Aliás, Paulo foi um grande e sábio líder que sabia, de fato, recrutar e envolver pessoas no trabalho do Senhor. Isso fica muito claro quando olhamos para a grande lista de colaboradores em suas saudações finais e agradecimentos no capítulo 16 de Romanos.
Esta referência carinhosa a Timóteo já estava preparando a igreja para receber a orientação e a ajuda que ele levaria numa visita próxima.
 
Era assim que Paulo gostava de ser chamado: "Servo" de Jesus. Escravos ("DOULOS") eram propriedade de seus senhores; homens e mulheres eram vendidos como objetos, como ferramentas.
Graças a Deus, hoje já não existe a figura do escravo sendo vendido como gado ou arado. Mas, Paulo não sentia vergonha em se dizer "propriedade" de Cristo e aplicou para si esta figura.
 
Nesta saudação, o apóstolo Paulo mostra que tudo que "somos" e "fazemos" se alicerça na "graça" de Deus, cuja fonte perene é Jesus. A palavra "graça" (CHARIS) aparece cerca de cem vezes nas 13 cartas de Paulo.
É, de fato, a graça de Deus que tem transformado o "perseguidor" num "perseguido" ministro.
"Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo."