domingo, 1 de maio de 2011

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O HOMEM DO PECADO.

O Homem do Pecado, o Filho da Perdição: “se levanta contra tudo o que se chama Deus”

(II Tessalonicenses 2)
5- “O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” – II Tess. 2: 4.
Façamos, desde já uma comparação com os poderes em causa. Em Dan. 7 é dito que o chifre pequeno “falava grandiosamente” – v.8,11,20. A besta assinalada no Apoc. 13, por seu lado, também fala “grandes coisas e blasfémias” – v. 5. Quando procuramos o perdão para os nossos pecados devemos orar a Deus através de Cristo. Quem, na verdade se encontra, verdadeiramente, no templo, no santuário celeste, naquele que serviu de modelo ao terrestre (Êxodo 25.40; Heb.8.2)? Ali encontra-se Cristo a interceder pelo pecador – Heb. 4.14-16; 7.24-28. A noção de blasfémia, como vimos anteriormente, é quando a criatura quer ocupar o lugar de Deus, chamando assim, entre outras prerrogativas – o perdoar pecados – Marcos 2.1-7. Vejamos, neste texto base, algumas das suas particularidades:
a)- “O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora” – 4a. Qual será a sensação
que esta primeira parte deste versículo gera no leitor? Certamente que será o nos sentirmos na presença de um poder, quem diria, de certa forma, contrário a Deus, pois a sua aparente oposição demonstra exactamente isto. Vemos aqui a génese do que conhecemos por Anticristo,351 ou seja, um poder que, em simultâneo exerce uma dupla função: - “alguém que se opõe a Cristo” ou “alguém que vem no lugar de Cristo”.352 Aqui, claramente, este poder exerce a sua primeira função para que, de seguida, possa passar para a segunda, a mais importante, a que define totalmente esta entidade. Até aqui vimos algumas características deste poder anticristão, a saber: 1ª- ataca a lei de Deus e a verdade – Dan. 7.25; 8.12; 2ª- difama o carácter de Deus, distorcendo-o – Dan. 7.25; Apoc. 13.6; 3ª- é um poder autónomo e tem o domínio mundial – Dan. 7.8,26,27; Apoc. 13,3,7,8; II Tess. 2.4; 4a- perverte o Plano da Salvação e o ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial – Dan. 8.10-13; Apoc.13.6; 5ª- ataca e destrói os santos do Altíssimo – Dan. 7.25; Apoc. 13.7. No entanto, como o texto a seguir nos mostra, acontecerá, exactamente, o contrário!
6- “se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” – v. 4b.
Quem profere estas palavras é alguém que pode ocupar o lugar de Deus. Na verdade, o qual será, a que se referirá o texto, ao designar o lugar onde este poder se senta – no templo de Deus! A que se referirá o apóstolo? Iremos, como de costume sondar as Sagradas Escrituras para que nela possamos encontrar uma resposta. Se a referência é a um templo, comecemos com o próprio Senhor Jesus, o episódio que refere a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, na direcção do templo. O texto bíblico refere que: - “E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração – mas vós a tendes pervertido em covil de ladrões” – Mateus 21. 12,13 (sublinhado nosso). O que podemos ver aqui? Este texto mostra-nos que, neste momento, quando Cristo entrou no templo, este ainda era, verdadeiramente o templo de Deus, pois o próprio Jesus o confirma ao ter dito o que disse: - “A minha casa” – v. 13
De seguida, na continuação do texto, Jesus irá contar uma parábola, a dos – lavradores maus – onde conta como Deus, na Sua misericórdia tem enviado ao Seu povo os Seus servos, os profetas, e estes foram não só mortos por este mesmo povo rebelde como também permaneceram surdos às advertências de Deus. No final da parábola estes compreenderam que esta os denunciava, que lhes dizia respeito – Mateus 21.33-45. Jesus, na continuação do Seu discurso no templo, já quase a terminar ainda afirma: - “Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade. (…). Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e
apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu juntar os teus filhos, como a galinha junta os seus pintos debaixo das asas e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta” – Mateus 23.34,37,38 (sublinhado nosso). Que diferenças podemos ver neste início do discurso e no fim do mesmo? Quando Cristo entrou no templo, como vimos, ele afirmou: - “a minha casa (…)” – Mateus 21.13; mas, quando Jesus termina de falar, pouco ou nada havia para fazer por este povo devida à dureza do seu coração. Por isso, ao lamentar-se sobre Jerusalém, visto ter feito tudo em seu favor, ao terminar o seu discurso, usa umas palavras enigmáticas para os seus ouvintes: - “a vossa casa vai ficar-vos deserta” - Mateus 23.38
Assim, em função destas duas afirmações, do antes e do depois, ou seja, que agora, por enquanto o templo é, em verdade “a minha casa será chamada casa de oração” – disse Jesus; para, tempo depois, devido à dureza de receptividade deste povo, irá pronunciar palavras de tristeza, como se fosse uma sentença a anunciar a ausência definitiva de Deus daquela casa sagrada, ao dizer: - “a vossa casa vai ficar-vos deserta”. Salta aos olhos o contraste entre estas duas afirmações: - “a minha casa” e “a vossa casa” – que deixou de ser o símbolo da presença de Deus.
Afinal, o que é e a que se referirá este “templo de Deus”? Uma vez mais, em vez de começarmos a adivinhar ou a fazer valer as nossas ideias ou concepções e fazer dizer o que S. Paulo nunca disse, será de bom tom perguntarmos ao apóstolo, para que ele nos explique o que queria dizer com esta expressão, pois a usa diversas vezes noutros livros da sua autoria. Em primeiro lugar, vejamos o que ele diz a propósito: - “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” – II Cor. 6.16. Aqui, o apóstolo está a escrever não a judeus, mas a gentios que formavam a Igreja de Deus naquela
localidade – Corinto. Por este texto já podemos ver que, afinal, o Templo de Deus é o resultado da soma das partes, ou seja, de todos aqueles que a constituem – a Igreja. Em segundo lugar, vejamos um outro texto que refere o mesmo tema, só que de uma forma mais aberta: - “Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” – I Cor. 3. 16,17.
No contexto imediato, o apóstolo Paulo compara o trabalho de evangelização a uma construção – v. 9-15. Depois, irá comparar o cristão a um templo – v. 16,17. Mas, em boa verdade o que poderá significar a palavra ou palavras que foram traduzidas para a língua portuguesa por – Templo? Na língua grega estas são: 1- iérón; 2- náós. Qual é, pois, a relação existente entre as duas? Vejamos este quadro com alguns exemplos:
O que é que podemos ver aqui neste quadro? Na primeira metade, vemos que a palavra iérón (templo) –
normalmente é empregue quando o contexto indica, unicamente, a estrutura do edifício em si, a casa, o conjunto das quatro paredes. Ao passo que, na segunda metade, a palavra náós (templo) – tem que ver com uma das partes mais profundas do santuário terrestre – a 3ª parte – ou seja, - o Lugar Santíssimo – “onde a
presença divina se localizava”. Da mesma forma o apóstolo S. Paulo ao aplicar esta palavra - “náón” - ao crente e, por extensão, à Igreja está a equipará-la ao – Lugar Santíssimo – compartimento onde Deus se manifestava. No passado, o Sumo-Sacerdote, no Dia das Expiações, uma vez por ano, aqui entrava para fazer expiação de todo o santuário, sobre o kapporet/propiciatório, isto é, a tampa da arca. Dentro desta última estava a lei de Deus - cf. Deut. 10.2; Êx. 25.16; 26.34; Apoc. 11.19. Assim com a lei de Deus estava no interior da arca, do mesmo modo, ela, a lei, deverá estar inscrita dentro do coração de cada crente, parte integrante do todo – a Igreja – cf. Jer. 31.33; Ezeq. 36.26-28.
Neste dia – o Dia das Expiações (yôm hakkippurîm) – que, como vimos ocorria uma vez por ano, podemos vê-lo, de uma forma detalhada em Levítico 16; 23.26-32. Este dia era, efectivamente, um dia especial de expectativa para o povo de Deus do passado, pois como é dito, neste dia era ordenado “afligireis as vossas almas (…). Porque toda a alma, que naquele mesmo dia se não afligir, será extirpada do seu povo” – Lev. 23.27,29. Assim sendo, se esta purificação do santuário ocorrida no céu em 1844, tem conotações simbólicas, isso quer dizer que, o que decorria num dia, terminando com a purificação do santuário, agora, simbolicamente, este dia, prolonga-se desde esta data até à gloriosa vinda de Jesus, onde se restaurará, igualmente, todas as coisas. Dito isto, quer dizer que o crente, presentemente, está a viver num dia longo de expiações que terminará no aparecimento do Senhor Jesus. Ora, se, o povo de Deus deveria, naquele dia de 24 horas “afligir as suas almas (…). Porque toda a alma, que naquele mesmo dia se não afligir, será extirpada do seu povo”, ou seja, fazer esse exame introspectivo, não se contaminar com nada impuro para que não seja “extirpada do seu povo”, isto é, que se mantenha puro, espiritualmente falando, ao longo de todo este tempo longo que antecede o aparecimento do Senhor Jesus. É por esta razão que o verdadeiro povo de Deus deve pautar por manter limpo o seu templo, isto é, ele próprio, segundo os textos paulinos. Como vimos acima, estes dois textos - II Cor. 6.16; I Cor. 3.16,17 - foram endereçados, tal como dissemos, não a judeus, mas a gentios. No último texto é dito que “(…) o Espírito de Deus habita em vós (…)”; que espírito é este de Deus? Não é outro a não ser o que se conhece por - Shekinah, a (presença de Deus). Este é, não só o grande privilégio do crente, mas também a sua tremenda responsabilidade.
Voltando ao texto que nos ocupa, recorde-se que nos foi dito que “o homem do pecado” “se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”. Se este se sentará no templo de Deus, isto quer dizer, pois está implícito, que ele usurpará o lugar que deveria ocupar o representante de Deus nesta Terra, o Espírito Santo. Vejamos um outro texto dentro desta mesma temática: - “Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus. Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina. No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santos no Senhor” – Efésios 2. 19-21. Aqui, desde o início, Paulo está a falar de gentios, irmãos na fé. Depois, os fundamentos deste novo templo espiritual, não são pedras literais, assim como não é, literalmente, a pedra de esquina, visto esta ser Cristo. Assim, este “edifício” cresce para “templo santo no Senhor”, ou seja, a Igreja. Como tudo se torna fácil quando deixamos que S. Paulo explique o apóstolo S. Paulo. Assim sendo, e voltando ao texto II Tess. 2, podemos formular uma pergunta: - Este será um poder eclesiástico? Claro, na medida em que está directamente ligado com as coisas religiosas. E onde surgirá o Anticristo? Obviamente que a resposta só poderá ser uma: - Na Igreja – o templo de Deus.
7- “Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco” – v. 5. Portanto, tudo isto para a comunidade, nada tinha de novo.
8- “E agora vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o ministério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado”- v. 6,7
Parece que, segundo o apóstolo, havia algo que impedia que este poder se manifestasse. E quem poderá ser esta força impeditiva? O poder civil! Por isso é importante removê-lo para que a Igreja pudesse ter na sua mão o controlo. A este propósito, o Espírito de profecia diz o seguinte: - “O apóstolo S. Paulo, na sua segunda carta aos Tessalonicenses, predisse a grande apostasia que teria como resultado o estabelecimento do poder papal (…). O espírito de transigência e conformidade fora restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou sob o paganismo. Mas quando a perseguição cessou e entrou o cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Jesus e dos Seus apóstolos, em troca de pompa e orgulho dos sacerdotes e governantes pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas”. Quando a Igreja era perseguida, tudo estava bem; mas quando esta vence o Estado, o resultado é a apostasia.
Aqui fala de um “ministério da injustiça”. Que tipo de ministério é este? A palavra grega, no original, que foi traduzida por – injustiça – é a palavra – anomias - que encontramos no v. 3, totalmente ligada à lei, ou seja – aquele que é sem lei, sem norma.
Dissemos, anteriormente que, para os historiadores, a incompreensível escolha de Constantinopla para segunda Roma, era um mistério! Gostaríamos de apresentar uma mera sugestão de resolução, não só deste “mistério” como também para “a questão das relações ambíguas do bispo de Roma com o Império
Romano”. Quando S. Paulo escreveu aos crentes de Tessalónica acerca da 2ª vinda do Senhor Jesus e do quanto deveria de acontecer antes – um sinal precursor – o conteúdo do v. 6 e 7.
Que personagem ou personagens poderão preencher estes requisitos? A que tempo histórico se referirá? Na realidade, o Imperador devido à sua posição sempre interferiu nos Concílios da Igreja, visto que estes eram convocados por ele, ficando estes sob a sua protecção e patronato; estes Concílios, feitos à sua imagem, nos quais se debatiam questões transcendentes, as quais lhe eram totalmente estranhas e alheias.
No contexto das relações entre o bispo de Roma e o Imperador nem sempre foram as melhores e como tal as fricções iam aparecendo. A este respeito é feita uma interessante observação, ao referir que “o primeiro obstáculo ao desenvolvimento papal era a atitude do governo Imperial para com a Igreja, atitude que persistiu mesmo depois do Imperador ter abandonado o título pagão de pontifex maximus, em 397. A teocracia Imperial atingiu o seu apogeu com Justiniano (527-565). As suas medidas violentas são conhecidas: a brutal deposição de Silvério (536-537), que morreu numa colónia penitenciária; a prisão de Virgílio (537-555); a elevação forçada do indigno Pelágio I (556-561) ao trono pontifício”.
Ou ainda “desde o tempo de Pelágio I (556-561) e até 741, a dependência do papado em relação ao Estado exprime-se, na prática, pela comunicação ao Imperador de Constantinopla, ou ao exarca de Ravena, seu representante na Itália, do nome do papa eleito, acompanhada de uma quantia considerável, equivalente a um tributo”. Na realidade a situação do bispo de Roma não era a melhor, na medida em que “Roma ainda tinha que suportar a rivalidade de Constantinopla e as pressões do governo Imperial. Enquanto se mantivesse a administração Imperial na Itália, remodelada por Justiniano, seria difícil a situação do bispo de Roma”. Será que, perante o exposto não encontramos matéria de facto para enquadrar o que acima destacámos, como sinais que deveriam ocorrer, referenciados pelo apóstolo S. Paulo? Eis a nossa proposta de enquadramento dos factos ao teor bíblico:
1- Se assentará como Deus (O Bispo de Roma)
2- Proclamar-se-á Deus (O Bispo de Roma)
3- O que o detém (O Imperador Romano)
4- Um que agora resiste (O Imperador Romano)
5- Até que do meio seja tirado (O Imperador Romano)
Quanto a nós, esta é a explicação mais plausível e, para reforçar este mesmo contexto, podemos ver que “os ataques do Islão afectaram profundamente a posição do governo Imperial de Constantinopla, forçando-o a concentrar-se nos problemas relacionados com a fronteira oriental e limitando a sua capacidade de acção no Ocidente. As conquistas árabes, alastrando através da cristandade oriental, eliminaram os antigos
rivais do bispo de Roma, os patriarcas de Alexandria, Antioquia e Jerusalém, bem como a Igreja de Cartago, que tinha sido o grande centro intelectual do Ocidente e eclipsara Roma”.368 O Imperador ao deixar Roma para ir para Constantinopla – a nova Roma - poderá ser, em termos políticos e afins, um “mistério” mas, em termos religiosos, não é mais do que um passo visando o cumprimento das profecias bíblicas. Portanto, este poder aguardava o desaparecimento do poder imperial para ocupar, definitivamente, o seu lugar, profeticamente anunciado.
“A esse, cuja vinda é segundo a eficácia se Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” – v. 9
O versículo anterior deu-nos a conhecer que este poder será destruído pelo “esplendor da sua vinda”. Antes que Cristo volte, no Seu aparecimento, o próprio Satanás irá falsificar esta “vinda de Cristo”. A Palavra de Deus – Mateus 24.4,5,23-27 – admoesta-nos veementemente por estas palavras: - “Acautelai-vos, que ninguém vos engane. (…). Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito. Porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas; e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Esta advertência refere-se ao assunto que o v. 8,9 da II Tessalonicenses nos revela.
E quem poderá ser este falso Cristo que ousará dizer que, ele mesmo, é o Cristo em pessoa? Vejamos como a serva do Senhor descreve este engano: - “(…). Levantar-se-ão pessoas pretendendo ser o próprio Cristo e reclamando o título e culto que pertencem ao Redentor do mundo. Efectuarão maravilhosos prodígios de cura, afirmando ter recebido do Céu revelações que contradizem o testemunho das Escrituras. Como acto culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo. (…). Em várias partes da Terra, Satanás se manifestará entre os homens como um ser majestoso, com brilho deslumbrante, assemelhando-se à descrição do Filho de Deus dado por S. João, no Apocalipse. A glória que o cerca não é excedida por coisa alguma que os olhos mortais já tenham contemplado. Ressoa nos ares a aclamação de triunfo: O povo se prostra em adoração diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles pronuncia uma bênção, assim como Cristo abençoava os Seus discípulos quando aqui esteve na Terra. A sua voz é meiga e branda, cheia de melodia. Em tom manso e compassivo apresenta algumas das verdades celestiais e cheias de graça que o Salvador proferia; cura as moléstias do povo, e então, em seu pretenso carácter de Cristo, alega ter mudado o sábado para o domingo, ordenando a todos que santifiquem o dia que ele abençoou. Declara que aqueles que persistem em santificar o sétimo dia estão blasfemando do seu nome, pela recusa de ouvirem os seus anjos que lhes enviou com a luz e a verdade. É este o poderoso engano, quase invencível”.
É-nos dito aqui que o falsificador é Satanás e que irá usar todos os meios ao seu dispor. Como é que irá operar para atingir os seus propósitos? O texto bíblico o refere claramente, no v. 9, ao dizer: 1- milagres (dunamei); 2- prodígios (terasin); 3- sinais (sêmeíois) de mentira (pseudo). Para definir este modo de actuação, as Sagradas Escrituras mostram-nos uma outra e última ocorrência contendo o mesmo contexto e os mesmos meios de actuação. Vejamo-las para que nos apercebamos do quanto está aqui em causa. Antes de mais, recorde-se que este falso Cristo virá segundo “a eficácia se Satanás”. A palavra grega traduzida por “eficácia” é a palavra - energueián – que dará uma outra palavra – energia. Portanto, este falso Cristo irá ser, se assim se poderá dizer: - energizado – por Satanás. Vejamos, então o texto, também no Novo Testamento, onde se encontra estas 3 palavras: - “Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis” – Actos 2.22. Aqui está a falar de Cristo, assim como as mesmas três palavras: 1- milagres (dunamési); 2- prodígios (térasi); 3- sinais (sêmeíois). A seguir, no próprio texto, podemos ver a fonte de onde veio esta – energia – para executar este propósito – “de Deus”.
Quando for falsificada a 2ª vinda de Cristo, o falso Cristo será que irá fazer as mesmas coisas que Cristo fez no Seu ministério terrestre? Será que irá curar doentes? Será que irá expulsar demónios? Será que, aparentemente, fará ressurreições? Na verdade, este poder, segundo o que vimos, irá fazer milagres extraordinários à vista dos homens. E, por mera hipótese, pensemos um pouco no contexto espiritual: - onde está o local ideal para começar, desde já, localmente, esta grande obra de engano? Certamente num local mais central da espiritualidade dita cristã – o templo de Jerusalém. Quanto a nós, no mesmo contexto, assim o faríamos. Porque o depois, era só atear o rastilho do engano à escala mundial. Convém não esquecer Satanás; desta mesma forma tentou o Senhor Jesus e, ao fazê-lo, incutiu nele o conceito humano, próprio de Satanás – o orgulho. Qual é a estratégia. Podemos vê-la no episódio do pináculo do Templo de Jerusalém: - “Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles” – Mateus 4.8.
Na verdade, estas três acções: 1- milagres; 2- sinais; 3- pseudo prodígios – são os ingredientes para reanimar e fortalecer todas as igrejas que professam ser cristãs; as que dependem dos milagres e prodígios são as que serão mais facilmente enganadas. Isto mostra-nos claramente que tais manifestações não são, de modo algum, uma prova de fé e, muito menos, uma prova da verdade o que no dias de hoje impressiona tantas multidões porque Satanás também os pode fazer, como o Antigo Testamento tão bem o demonstra: 1- “(…) e lançou Arão a sua vara diante de Faraó e diante dos seus servos e tornou-se em serpente. E Faraó também chamou os sábios e encantadores e os magos do Egipto fizeram também o mesmo com os seus encantamentos” – Êxodo 7.10,11,20,22,etc; 2- “E disse o Senhor a Satanás; Eis que tudo quanto tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão: E Satanás saiu da presença do Senhor. (…). Estando este ainda falando, veio outro e disse: Fogo de Deus caiu do céu e queimou (…). Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto (…)” – Job 1.11,16,19. O mesmo agente esteve por trás: 1- do fogo; 2- do vento.
Convém destacar aqui que uma manifestação de poder operada por este poder à vista dos seres humanos é – pseudo prodígios ou prodígios de mentira! Se é um prodígio, porquê estar acrescido da palavra mentira? Onde está o problema – no prodígio ou na sua origem? Os textos bíblicos mostram-nos que o problema está na sua origem! Vejamos dois casos: 1º - Apoc. 13.13,14 – “E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu (…). E engana os que habitam na terra (…)”; 2º- Mateus 7.22,23 – “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizámos nós em teu nome? E em teu nome não expulsámos demónios? E em teu nome não fizemos muitos milagres (dunameis)? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci, vós que praticais a iniquidade (anomián)”. (sublinhado nosso). Como já dissemos, o problema não está no que os nossos olhos podem concretamente ver, mas de onde procedem estes supostos milagres! Pois tudo isto é real e feito em nome de Deus; só que, nestes dois textos, o problema está na entidade que está por rãs, naquela que transmite a força, o poder para que tal aconteça. Assim, estes são feitos invocando, previamente, o nome de Deus, mas Deus nunca lá esteve!
Como temos a certeza disto? Vemos que, no 1º texto é dito que estes sinais “enganam”; o 2º texto dá-nos a conhecer que, apesar de serem invocados – milagres, profetismos e exorcismos – e de terem sido celebrados sob o nome de Deus, a resposta que é ouvida a este apelo é dupla: 1ª – “nunca vos conheci”; 2ª – “vós que praticais a iniquidade (anomián)”. Como já vimos, encontramos neste último texto a mesma palavra que está no texto da segunda carta aos Tessalonicenses, capítulo 2, ou seja – anomós – traduzida por: iníquo, iniquidade, injustiça. Ou, numa tradução mais ao pé da letra: - sem lei – como vimos! Portanto, esta resposta do Senhor Jesus mostra: - 1º- que os milagres existiram e que são verdadeiros (como acontecimento); 2º- mostra que, na verdade, estes não tiveram origem divina (nunca vos conheci); 3º- mostra que faltou o que faz toda a diferença entre o professo e o verdadeiro povo de Deus – a Sua Lei, o Seu sinal entre Ele e o Seu povo – Ezequiel 20.12,20 – pois é dito que estes “praticam a não lei, a iniquidade”. Por esta razão é que o texto bíblico continua e diz: - “Todo aquele que ESCUTA estas minhas palavras e as PRATICA, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios e assopraram ventos e combateram aquela casa e não caiu porque estava edificada sobre a rocha” – Mateus 7.24,25. Na verdade, quando a casa espiritual está assente na rocha (a Palavra de Deus, Cristo – I Cor. 10.4), os “rios”, ou seja, conflitos militares (Is. 8.7; Jer.46.7,8); os “ventos”, ou seja, guerras, contendas, (Jer. 49.36), nada poderão fazer àquela Igreja fundada sobre a sólida Palavra de Deus.
9- “E com todo o engano da injustiça (anomós) para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem” – v. 10
Aqui encontramos outra vez a palavra (anomós) traduzida por: injustiça. O texto mostra-nos que tudo isto impressionará, efectivamente, “os que perecem”. E qual a razão? A resposta encontra-se na sequência do próprio texto – “porque não receberam o amor da verdade para se salvarem”. Serão enganadas incontáveis multidões pela simples razão de que serão impressionadas por estes - milagres; sinais; pseudo prodígios – pois nunca quiseram ser tocadas com a verdade. Nos nossos dias, o que conta na Igreja é o espectáculo, dom de línguas, muita expressão corporal, curas, etc. Na verdade, as igrejas que não apresentarem estes sinais exteriores não serão tidas como verdadeiras igrejas de Deus, mas sim, igrejas mortas!
Se uma Igreja, dita morta, numa qualquer cerimónia religiosa tiver uma banda rock e salpicada com milagres sonantes e muito visíveis, o seu sucesso estaria garantido, visto ser uma Igreja que correspondia aos movimentos e carências modernas. Hoje, em boa verdade, o que atrai é o sensacional. Quando é apresentada a verdade tal qual, a reacção é totalmente contrária, pois acontecerá exactamente o que aconteceu com o próprio Jesus – “Jesus respondeu-lhes e disse: - Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes” – João 6.26. O apóstolo S. Paulo adverte que, no final do tempo, surgirá um tipo bem definido de pessoas: - “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências. E desviarão os ouvidos da verdade voltando às fábulas” – II Timóteo 4.3. A verdade afecta-os, incomoda-os e, por esta razão, só terão disponibilidade, não para ouvir a sã doutrina, mas o que é bonito e agradáveis lisonjas – cf. Dan. 11.32,33; Rom. 16.18.
É isto que o mundo desejará ouvir, ou seja, ter uma religião ao gosto de cada um e de cada qual. Uma religião à minha medida e, essencialmente, segundo os meus padrões e critérios de vida. É por esta razão, sabendo isto, que Satanás suscitará no tempo curto, igrejas atrás de igrejas, para que possa alcançar o seu maléfico propósito. O que hoje ouvimos da cristandade, em geral, é que agora vivemos debaixo da graça, sem a lei! Mas, no tempo do fim, Deus suscitará um remanescente que será conhecido, não só por ter a fé e o testemunho de Jesus, como também, por guardar o quanto Satanás mais odeia, ou seja, os mandamentos de Deus. Eis as três grandes características do povo do resto que estarão bem patentes e que caracterizarão, verdadeiramente, o verdadeiro povo de Deus.