terça-feira, 6 de novembro de 2012

PENTECOSTALISMO, ESPIRITUALIDADE 171 E AVENIDA BRASIL.


PENTECOSTALISMO, ESPIRITUALIDADE 171 E AVENIDA BRASIL

Existem muitos modos de “ver” as coisas que concernem a “Deus” [conceito] e à “espiritualidade” [prática do conceito espiritual no qual se crê]. 
Nem de longe é meu objetivo discorrer sobre as principais vertentes dessas espiritualidades; afinal, teria que ser um imenso de um livro o projeto que sequer pretendesse arranhar as multi-gamas dessas variáveis de olhar espiritual entre os humanos. 
Atenho-me ao nosso meio imediato: o mundo cristão evangélico! 
Ora, no ambiente chamado “evangélico” [que cobre hoje todos os grupos não católicos de confissão bíblica no país] — foi o Pentecostalismo [de todos os matizes] o introdutor de um pressuposto devastador para a produção de uma consciência carregada de caráter e honestidade nas práticas da vida.
O Pentecostalismo, em linhas gerais, não é predestinista-divino da segurança da salvação [como são os Reformados], embora seja predestinista-humano do inferno, quando pela certeza de que “fora dos cultos e das frequências e filiação à igreja local não há salvação”, com imensa facilidade danam toda a humanidade não igrejada no fogo...; sim, e isso por um tempo de duração eterna. 
Assim nasce a ufania de que o crente pentecostal tem um poder espiritual maior do que todos os demais, pela certeza de que se houver observância aos ditames morais e aos costumes espirituais da “igreja” a pessoa se torna santa, e, portanto, superior a todos os demais humanos no planeta [caso não faça nenhuma irregularidade bíblico comportamental e jamais deixe de obedecer ao seu pastor ou líder]. 
Além disso, se ensina também [sem a frase explicita, mas nas entrelinhas] que “Deus é Pentecostal”, depois “evangélico”, e, depois de tudo..., quem sabe..., talvez... Deus seja “cristão” no sentido lato do termo. Mas apenas muito “quem sabe”... 
Quando falo de “Igreja Pentecostal” me refiro mais ao conceito e práticas do que ao um nome ou placa. Que fique entendido; até porque a “igreja evangélica” que não é publicamente pentecostal, na prática das coisas, todavia, o é quase que na sua totalidade.
A crença é a seguinte: “Deus” tem um borogodó que os pentecostais que não tem com mais ninguém! 
A eles “Deus” deu muitos poderes, especialmente aos seus líderes...
Sim, deu-lhes o poder de falar em línguas, de profetizar, de curar, de repreender o diabo, de comandar anjos, de condenar homens ao inferno, de separar o joio do trigo, de dizer o que é certo e errado para os outros todos, de intervir nos governos, de enquadrar as minorias, de acusar os que não são “evangélicos” de serem “o mundo”; e mais: deu-lhes o poder de darem ordens a “Deus”, de ordenar-Lhe o que “fé/desejo/capricho/nosso”. Sim, deu-lhes o poder de determinar [caso a pessoa não esteja devendo nada à “igreja”]. 
 Porém, mais do que tudo, “Deus” os tornou os “Seus” representantes autorizados no planeta; assim..., eles também têm o poder de amaldiçoar, de abençoar conforme o interesse, de cobrar e receber dinheiro de “Deus”, de criarem “campos de força espiritual” [a cobertura]; além de que são eles que decidem o que Deus liga nos céus ou desliga na terra, conforme a determinação deles.
Ah, o “Eterno” também deu a eles o poder de “lavar o dinheiro de Deus”.
O dinheiro pode ser roubado, mas se devidamente dizimado na “igreja”, está lavado. 
O dinheiro pode ser de drogas, mas, dedicado à igreja, se torna santo. 
O dinheiro pode ser da máfia, porém, se for tirado o dizimo do bruto, tudo está legalizado por “Deus”.
Ora, como o Pentecostalismo é revelacionista existencial... [embora creia no livro Bíblia e dele faça suas doutrinas; [adorando o livro como um ente sagrado], ainda que se dizendo uma fé bíblica, de fato, a qualquer momento, por causa do modo intimo e diferenciado que “Deus” trata os “Seus herdeiros pentecostais”, o que a Bíblia diz pode se tornar uma Lei Para Todos, mas não para o ente revelacionista existencial pentecostal; posto que para ele “Deus” dê novas “revelações”, as quais podem “abrir para o crente pentecostal somente” [...] uma porta especial e inigualável; a qual, para os demais homens “sem revelação” está vetado o entrar, mas para o “ungido” está legalizado pelo Senhor. 
E tem mais: se o que estiver em jogo for a prosperidade da causa do “Evangelho ou da Igreja”, vale tudo! 
Sim; vale tudo!
Querem que eu cite histórias aos milhares para demonstrar que é assim que é? 
Desse modo, até a oração é “adianto indevido” pro lado do “crente”. 
O sujeito não estuda, não trabalha, não se esforça, não aprende, diz que tudo coisa do “mundo”, e diz: “Eu determino que sou cabeça e não cauda, e, portanto, saiam os ímpios do meu caminho porque sou filho do Rei!”
Sendo assim, ser filho de “Deus” é ser um playboy filho de mafioso culpado e que realiza todos os caprichos de seu filho bandido e arrogante.
Ora, esse conceito se espraia para todas as dimensões da vida... Sim, literalmente altera tudo no olhar do individuo e mata o seu caráter e a sua humanidade fundamental, roubando-lhe a benção da consciência justa, e, assim,  dando a tal individuo a espiritualidade 171 dos estelionatários.
Na verdade o homem se torna o que ele confessa como espiritualidade. Tudo nele passa a ser a imagem e semelhança de sua confissão e entendimento.
Desse modo, me diga; sim, sendo assim, me diga:
TENDO ESSE “DEUS” E DESENVOLVENDO ESSA “ESPIRITUALIDADE”... COMO É POSSÍVEL VIVER EM HUMILDADE, SERVIÇO, COMPAIXÃO, ENTREGA, SOLIDARIDADE INSDISCRIMINADA, HONESTIDADE, BONDADE, TRANSPARENCIA E REVERENCIA PARA COM TUDO E TODAS AS COISAS NA EXISTÊNCIA, QUANDO TUDO O MAIS É PARA SER USADO PELOS NOSSOS CAPRICHOS BREGAS, SEMELHANTES AOS DESEJOS COTIDIANOS EXPRESSOS NA CIDADE RELIGIOSA CHAMADA DE DIVINO NA NOVELA AVENIDA BRASIL? 
Assim, digo: a coisa ficou tão 171 em tudo que não titubeio em afirmar que o personagem Tufão da novela Avenida Brasil é muito mais gente de caráter do que a maioria dos pastores 171 que em nome de “Deus” fazem do povo os “bichos do jogo”.
Com tal espiritualidade não é possível viver com lucidez, sobriedade, simplicidade, humanidade, solidariedade indiscriminada e caráter de Cristo em nós. 
Entenda: falei não de pessoas e nem de uma sigla, mas apenas de um espirito que permeia quase toda a espiritualidade “evangélica”. 
Sem medo de ser julgado, pois Nele falo com sinceridade,

Caio Fabio.
20/10/12
Lago Norte – Brasília – DF

A RAZÃO DA FÉ .


A RAZÃO DA FÉ

432354530_fed1ef488b_m A apologética é o ramo da teologia que trata da defesa racional da fé cristã. Sua meta principal é apresentar a razão de ser da esperança do evangelho. As Escrituras chamam a igreja à dedicação a este tipo de tarefa porque o seres humanos têm demandas intelectuais legítimas. Sem a obtenção de respostas honestas para as suas questões honestas, jamais aceitarão de todo o coração o cristianismo -pois, o coração não pode se regozijar com aquilo que a razão rejeita-, e, se o fizerem, certamente serão pessoas de estrutura espiritual frágil e cindidas ao meio em si mesmas em sua relação com Deus; deixando de lado em sua vida uma parte essencial da natureza humana, o intelecto.


A obra de conversão, contudo, é uma obra misteriosa. Com frequência a verdade sobre Deus e o universo emerge no coração do homem sem que este tenha obtido respostas diretas às suas indagações intelectuais. Muitas vezes a verdade alcança a mente por outras vias. Isso pode acontecer quando o não cristão tem um contato com a realidade transcendente através da arte, sente o encanto pela relação com um cristão de vida coerente, experimenta uma expressão concreta de amor por parte de um crente que o socorreu em tempo difícil, torna-se consciente da sua fragilidade ao ver alguém próximo subitamente morrer e tem que enfrentar a sua própria morte. A providência divina tem seus obstetras da verdade.

A verdade encontra-se reprimida no interior de cada um de nós sob a repressão de nossas paixões pecaminosas. A questão nunca é primariamente intelectual -mas sim moral-, relacionada aos impulsos pecaminosos do nosso coração que nos levam a matar Deus a fim de que não haja obstáculo na nossa consciência para a prática do que ansiamos. Por isso, a verdade naturalmente emerge de dentro do homem quando este passa por experiências que o fazem ver o que ele sempre souber ser verdadeiro. Calvino, chamava essa presença interna da verdade de "semen religionis"ou "sensus divinitatis". Faz parte da imagem e semelhança de Deus que carregamos.

As questões que você apresenta estão entre as mais presentes na mente de milhares de pessoas do mundo inteiro. A igreja não pode dizer como resposta: "cale seu intelecto orgulhoso e se renda a Jesus". Não teria espaço nesse blog para dar tratamento exaustivo a elas. Gostaria de fazer apenas algumas poucas e breves considerações.

A realidade do mal representa realmente um sério obstáculo a fé no cristianismo? Creio firmemente que não. A realidade do sofrimento humano e dos animais tão somente nos faz conjecturar sobre por que Deus para realizar o seu plano eterno escolheu justamente esse caminho. O caminho do sofrimento da sua criação e do seu único Filho.

A própria preocupação com a vida num universo justo, aponta para uma realidade onde algo funciona como referência absoluta do que é bom. Crença que só faz sentido caso vivamos num universo onda haja uma realidade infinita-pessoal por trás da vida. Alguém já disse e eu concordo: o problema do sofrimento é um problema intelectual do crente. O que não crê não tem que esperar viver num universo sem dor e morte. O acaso e as forças cegas não entendem nada sobre gente com depressão.

Podemos somar a isso, uma verdade incontroversa: não temos acesso a todos os fatos. É possível que o mal um dia experimentado sirva de plataforma para uma bênção capaz de superar a dor de todo o infortúnio vivido. Esperemos pelo fim da história.

A morte do Filho de Deus, no entanto, é o absurdo maior de que se tem notícia e que quebra o caráter de completa falta de sentido na desgraça humana. No centro da história vemos Cristo passando por uma sessão de surra, espancamento, crucificação e morte. Tudo o que foi feito contra Cristo, conforme lembra Martyn Lloyd-Jones, foi feito contra o amado do Pai.

Vamos a segunda questão. Um Deus amoroso não lança ninguém no inferno. Um Deus amoroso e justo o faz. Um Deus bondoso não vai levar ninguém arrastado pelas orelhas para o céu. O céu é um lugar, conforme lembra C.S. Lewis, onde o homem diz a Deus, "seja feita a sua vontade". O inferno é um lugar onde Deus diz ao homem, "seja feita a tua vontade".

Questão final. Acharmos que é arrogante da parte do Cristão dizer que Jesus é o único caminho é o mesmo que chamar de arrogante um médico que diz que a única forma do paciente combater sua desidratação é ingerindo líquido. Há verdades que são absolutas e que não dão margem a uma outra escolha. Tudo o que precisamos saber é se de fato, no caso específico que estamos tratando, a resposta não dá margem a outra opção.

Dizer que o cristão age com injustificável soberba ao afirmar que Cristo é o único caminho, é uma contradição. Milhares de pessoas no mundo inteiro não creem que todas as religiões são igualmente inteligentes, têm o mesmo valor e trazem os mesmos benefícios aos seres humanos. Por que não deveria ser considerado também arrogante o pensamento de que todo caminho leva a Deus?

O cristianismo se apresenta no cenário com sua beleza. Chamando o homem para uma avaliação estética. Onde encontraremos Deus mais excelente do que o que foi capaz de dar o seu único Filho como oferta pelo pecado, identificando-se ao mesmo tempo com o sofrimento de toda a raça humana?

O absurdo da cruz é a resposta de Deus para o pecado e nossas principais indagações metafísicas. A cruz é o nosso principal argumento apologético. Chave para a compreensão do caráter de Deus, da natureza humana e da solução dos nosso problemas mais sérios.

COMUNHÃO COM DEUS INVISÍVEL .


COMUNHÃO COM DEUS INVISÍVEL

2038659355_2f0feb2c4f_m Como se relacionar com um Deus que não podemos ver, ouvir e tocar ?

Eu orei para responder a esta pergunta. Ela toca em questão essencial. Mexe com epistemologia - a parte da filosofia que trata do método de conhecimento: como saber e como saber que sabemos? A questão proposta pode ser vista sob dois angulos bastante distintos: o da completa incredulidade -como pessoas podem se dedicar a tarefa tão irracional, capaz de menosprezar a única forma de se conhecer algo na vida, que é o uso dos sentidos? Elas dizem amar a quem não veem, nem ouvem nem podem tocar...

É possível, também, que essa seja a indagação do coração que crê, mas que se depara com uma relação para a qual não tem paralelo na vida: ter comunhão com um ser pessoal a quem não pode ver, ouvir e tocar literalmente. Isso pode parecer frustrante para quem vê em Deus a única saída para os seus dilemas e o objeto para onde convergem todos os seus amores.

O que dizer para o empiricista que só aceita como verdadeiro o que pode ser provado pelos sentidos? Bom, que essa proposição não pode ser provada pelos sentidos. Ela é puramente subjetiva. A ciência inteira está baseada numa asserção que não pode ser provada empiricamente. Em que laboratório foi provado que conhecimento verdadeiro é apenas aquele que nos chega pela via dos sentidos? Os nossos sentidos nos ajudam dentro das esferas que lhes são próprias. Fazer ciência respeitando o que vemos, ouvimos, tateamos, cheiramos e saboreamos; mediante cujas experiências sensoriais fazemos nossas inferências, é fundamental. Apesar de todo o ceticismo pós-moderno quanto aos próprios fundamentos da ciência moderna, a revolução cientifica e industrial só puderam acontecer por causa da premissa de que os sentidos contam e nos servem de guia para a aquisição da verdade.

É fato fora de controvérsia que há verdades auto-evidentes que não podem ser provadas mediante o cientificismo puro. A realidade dos valores morais, o conceito de beleza, a existência de um ser infinito-pessoal mediante cujo poder toda a complexidade da vida foi gerada, são algumas das verdades estabelecidas pelo uso da razão pura. Viver sem acreditar nelas é viver em constante contradição pessoal, pois por mais que as neguemos não conseguimos viver como se não acreditássemos nelas.

A relação com o que podemos ver, ouvir e tocar é mais complexa do que a relação com quem não podemos ver, ouvir e tocar. Nossos sentidos podem nos enganar e o que vemos muda constantemente. Deus é realidade infinita e imutável. Por ser santo, não mente. É tudo o que diz ser. Por ser imutável, não nos frustra jamais.

Eu não o vejo, ouço ou toco, porém ver, ouvir e tocar só fazem sentido num universo onde um Deus confiável nos assegura que nossos sentidos não são uma completa ilusão. Aquilo que vejo, ouço e toco me impele para o que não vejo, ouço e toco, pois qual a realidade última que está por trás de um mundo que não se explica a si mesmo, a não ser que o vejamos como efeito de uma causa eterna? O nada nada cria. O criado envolve o que é percebido e o que percebe. Quem pode com integridade intelectual dizer que as forças cegas foram capazes de criar seres que veem, ouvem e tocam.

Eu não o vejo, ouço e toco, mas sei que este universo composto por seres que têm consciência de si mesmos, jamais teria vindo a existência sem que alguém fora dele pudesse criá-lo.

Eu não o vejo, ouço e toco, mas há 2000 anos pessoas afirmaram tê-lo visto, ouvido e tocado. Estes que o viram, ouviram e tocaram disseram que ele pode ser amado e sua presença sentida por aqueles que não precisaram de ver, ouvir e tocar para crer, mas que se arrependeram e creram naquele que foi visto, ouvido e tocado. Estes, por terem recebido um coração puro, passaram a ter como certo aquilo que não precisa ser visto, ouvido e tocado para ser crido: O Deus eterno.

O Deus invisível não promete aparições para os que o amam. Promete, sim, manifestações inequívocas da sua realidade, beleza e amor na vida daqueles que largaram a maldade de suas ações e entregaram a vida ao seu Único Filho, o bendito Senhor e Salvador Jesus Cristo. O mesmo que disse para um dos seus discípulos: "Bem-aventurados os que não viram e creram".

QUANDO SOMOS CHAMADOS PARA A OBRA DE DEUS.


QUANDO SOMOS CHAMADOS PARA A OBRA DE DEUS (MARCOS 1:16-20)

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V. 16 Andando junto ao mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão. Eles estavam lançando as redes ao mar, pois eram pescadores. Toda salvação é antecedida pelo preconhecimento e predeterminação de Deus. Cristo vê Simão e André e os chama. "Deus não está a procura do objeto do seu amor. Ele o cria", como alguém já disse. Primeiro somos vistos. Vistos na nossa aflição, miséria, abandono, culpa. Esse é o olhar da misericórdia. Deus olha e se compadece. Sabe que sem a sua graça o homem jamais inclinará sem coração para o seu Criador. É um olhar eletivo. Como o da águia no seu vôo fixando os olhos na presa. Só que, aqui, é a fixação do olhar no objeto da sua compaixão e graça. Jesus olha para Simão e André para salvá-los. Assim aconteceu contigo e comigo. Nós o amamos porque Ele nos amou primeiro. Só vemos por termos sido vistos.  

V. 17 Disse-lhes Jesus: Vinde a mim, e eu vos tornarei pescadores de homens. Quando um homem é objeto do olhar eletivo de Deus, ouve o chamado irresistível do que ama. Cristo os chamava para a salvação e a missão. Deus chama o homem para amá-lo e servi-lo. Primeiro eles deveriam andar literalmente com Cristo. Esse "vinde a mim" significava andar com Cristo pelo solo da Palestina. Estar com Ele. Ouvir seus ensinamentos. Aprender a ver a vida com os olhos de Deus e a amar. Entrar na aventura de seguir um obstinado. Seguir a Cristo é ir após alguém fascinado por cumprir a vontade do Pai. Isso tem sérias implicações para a vida de todo discípulo. Envolve sofrimento, perseguição e morte. 
Na presença de Cristo eles seriam tornados em algo. Passariam por profunda mudança. Desenvolveriam capacidades nunca antes imaginadas e exploradas. Tornar-se-iam aptos a resgatar vidas humanas da sua condição de escravidão ao pecado, ao medo e à morte. Pescadores de homens. Através de suas vidas homens seriam fisgados ao serem atraídos pelo evangelho da graça infinita.
V. 18 Então, imediatamente, eles largaram as redes e o seguiam. A mensagem chegou aos seus corações com senso de urgência. Não houve procrastinação. Entenderam que encontravam-se diante de um incalculável privilégio. Ser chamado pelo Filho de Deus para o cumprimento de missão gloriosa. Quantos erram nessas horas, decidindo não decidir, desperdiçando o melhor da vida, que poderia ser consagrado para Deus e sua obra. 
Eles não sabiam plenamente o que estavam fazendo. Quantas lutas os aguardariam. Mas, quanta glória. Não podiam imaginar o que seus olhos veriam e a marca que deixariam na vida. Através do cumprimento do seu chamado, edificariam o reino de Cristo e mudariam o curso da história da humanidade, espalhando o evangelho, organizando igrejas, por cuja influência dos seus membros os valores da fé cristã forjariam culturas inteiras e delineariam a vida em sociedade.
Eles não largaram um ofício profano para se dedicarem a um trabalho santo. Era possível pescar para a glória de Deus. Podemos supor que muitos pescadores foram alcançados pelo mesmo evangelho, mas em vez de receberem o chamado para o ministério de tempo integral, receberam a vocação de pescarem para a glória de Deus. Glorificamos a Deus não quando nos tornamos missionários de tempo integral, mas quando somos fiéis à nossa vocação.
A metáfora é perfeita. Evangelizar é pescar. Requer paciência, habilidade, conhecimento das marés culturais, entre tantas outras virtudes mais. Lembro-me do reverendo Antonio Elias falar sobre pregadores que pregam de modo que poucas pessoas podem acompanhar seu raciocínio. Ele dizia: "Eles colocam muito chumbo no anzol, e a ísca vai para o fundo. Mas, há peixes que vivem na superfície d'água. Estes só serão fisgados por anzol quase boiando, com pouco chumbo". 
Vs, 19-20 Passando um pouco mais adiante, Jesus viu os irmãos Tiago e João, filhos de Zebedeu, que estavam no barco consertando as redes, e logo os chamou. E eles passaram a segui-lo, deixando seu pai Zebedeu com os empregados no barco". Mais dois irmãos são objetos do mesmo amor. Era Cristo montando sua equipe. Homens que alterariam o curso da história. Finalmente, a partir dessa gente simples, nações do mundo inteiro teriam a oportunidade de conhecer um Deus diferente, doce, amoroso, perdoador. Cristo não vai para Atenas ou Roma. Tudo começa no obscuro mar da Galiléia. Esse tem sido o método de Deus. 
Simão e André foram chamados enquanto lançavam as redes. Tiago e João, enquanto consertavam. Em não poucas ocasiões a igreja se vê na necessidade de fazer ambas as coisas. Anunciar o evangelho para os de fora, anunciar o evangelho para os de dentro. Evangelizar e reformar. Sem reformar, os peixes passam pelos buracos da rede para nunca mais voltar. Que desgraça uma geração inteira se perder por causa dos furos deixados pela igreja.
Mais uma vez percebemos o mesmo senso de urgência. Aceitam o chamado imediatamente. A vida passa rapidamente, e nós voamos, foi o que disse Moisés no salmo 90. O tempo é bem precioso, escasso e incerto. Ninguém sabe o quanto ainda tem disponível. Essa vida que passa tão rápido, não é um ensaio. O tempo que gastamos ensaiando para entrar na vida real é a vida real. Não podemos desperdiçar tamanho privilégio: ser chamado para servir ao Criador. Nunca mais a humanidade terá a oportunidade de servir a Deus nas condições atuais de vida. Glorificá-lo nas circunstâncias infernais deste mundo caído.
Mais uma advertência precisa ser feita. Da mesma forma que o evangelho não mesnopreza nenhuma atividade profissional legítima, não banaliza as relações familiares. Não há vestígio nas Escrituras de estímulo à negligência do cuidado de pai e mãe. Eles tinham que partir, mas não deixar de amar. Ao mesmo tempo, contudo, não podemos permitir que o nosso amor por aqueles que nos são tão caros, nos impeça de servir a Cristo. Se esse tiver que ser o seu caso, saiba que Deus cuidará de tudo o que lhe diz respeito enquanto você cuida de tudo o que diz respeito a Deus.
O que estamos esperando? Deixemos para trás tudo, servindo com alegria ao reino de Cristo, aceitando o convite para entrar nesta gloriosa aventura.