sábado, 15 de outubro de 2011

O SANGUE DE JESUS CRISTO.

             Mas, agora, em Cristo Jesus, vós que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. Efésios 2.13

Na antiga aliança, os sacrifícios com sangue tinham um significado substitutivo, e, por isso, o derramamento de sangue e a aspersão – ato de espalhá-lo em forma de chuva – eram essenciais para que o povo fosse reconciliado com Deus e voltasse a gozar de plena comunhão com o Criador. Porém, essa reconciliação não acontecia porque o povo não conseguia cumprir a lei.

Consequentemente, as pessoas possuíam um sentimento de culpa que as incomodava constantemente e, assim, sentiam-se sufocadas pelo pecado cometido e não tinham outros recursos que não fossem a humilhação e o sacrifício imperfeito com sangue de animais.

Um exemplo interessante de não reconciliação com Deus ocorreu com o rei Davi. Naquela época, o rei tinha poderes tão absolutos que era capaz de decidir o futuro de qualquer pessoa, e somente o profeta poderia dizer algo que contrariasse sua soberana vontade. Mesmo assim, era necessário que esse profeta fosse respeitado como um homem de Deus; Caso contrário, ele seria morto ou exilado.

Em certa ocasião, quando Davi encontrava-se no auge de suas inúmeras conquistas, ele cometeu o pecado do adultério com Bate-Seba, mulher de Urias, fiel capitão de seu exército. Não bastasse isso, o rei Davi ordenou a Urias que se colocasse na frente da batalha para morrer. Ao tornar-se viúva, Bate-Seba seria desposada por Davi e viveria com ele no palácio.

Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e ela veio, e ele se deitou com ela. 2 Samuel 11.4b

E sucedeu que, pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe e mandou-lha por mão de Urias. Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e retirai-vos de detrás dele, para que seja ferido e morra. 2 Samuel 11.14,15

Assim, Davi conseguiu o que queria e, pensando ter escapado da justiça de Deus, levava uma vida normal até receber a visita do profeta Natã, o qual lhe pediu um conselho sobre o que fazer com um homem rico que havia procedido perversamente. O profeta contou a história de Davi.

E o Senhor enviou Natã a Davi; e, entretanto ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas; mas o pobre tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela havia crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que viera a ele. 2 Samuel 12.1-4

Então, após ouvir atentamente o profeta Natã, Davi encheu-se de ira e de furor e disse:
Vive o SENHOR, que digno de morte é o homem que fez isso.
2 Samuel 12.5

Então, o profeta respondeu-lhe: Tu és este homem. 2 Samuel 12.7

O profeta Natã disse que Deus não mataria Davi, mas sim o filho que nasceria da união entre Davi e Bate-Seba. Então, Davi ficou completamente triste e transtornado, e passou a fazer jejuns, a humilhar-se e a pedir perdão sucessivamente a Deus. Ele havia caído em si pelo pecado que cometera e não encontrava consolo espiritual algum; sentia-se envergonhado e culpado.

E buscou Davi a Deus pela criança; e jejuou Davi, e entrou, e passou a noite prostrado sobre a terra. 2 Samuel 12.16

Davi ficou nessa situação porque não tinha o privilégio de ter um Salvador pessoal como nós temos atualmente. Ninguém havia pagado a divida de Davi em relação ao seu pecado, e, devido a isso, sua consciência o acusava, e seu desespero era terrível.

Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há paz em meus ossos, por causa do meu pecado. Pois já as minhas iniquidades ultrapassam a minha cabeça; como carga pesada são demais para as minhas forças. As minhas chagas cheiram mal e estão corruptas, por causa da minha loucura. Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando todo o dia. Estou fraco e mui quebrantado; tenho rugido por causa do desassossego do meu coração. Salmo 38.3-6,8

Ah, como é bom saber que, hoje, para todos aqueles que assumem sua fé em Cristo Jesus, a situação é completamente diferente. Qualquer pessoa pode dirigir-se ao Filho de Deus e, com sinceridade de fé, confessar seus pecados e pedir perdão pelos erros e culpas. A partir desse momento, o sangue que Ele derramou na cruz do Calvário entra em ação, e, então, acontece o milagre da remissão dos pecados, que quer dizer: o pecado é perdoado e volta a gozar de comunhão com Deus.

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça. 1 João 1.9

Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. Hebreus 9.11,12

O perdão é o primeiro passa da reconciliação. É o efeito do primeiro remédio de Deus. Que maravilhosa notícia! Podemos ter comunhão com Deus. Podemos deixar de carregar o peso da culpa e da incompreensão. O sangue de Cristo lava nossa alma e afasta o fardo do pecado e da constante acusação do diabo. Não precisamos ficar martirizando-nos por causa do pecado que cometemos: temos o sangue que Cristo derramou por nós. Somos livres e, assim, podemos começar a lutar contra qualquer mal que queira destruir nossa vida. Podemos começar o caminho da nossa reconciliação com Deus.

E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, vos reconciliou. Colossenses 1.20,21

Note bem que a Bíblia diz: pelo sangue da sua cruz. O Espírito Santo quer dizer-nos que apenas o perdão não completa a obra da reconciliação. Para a obra ser completa, faz-se necessária a libertação do pecado. Imagine a seguinte situação: a pessoa peca e pede perdão a Deus. É perdoada, mas volta a praticar o mesmo pecado. No dia seguinte, comete aquele mesmo erro novamente e, outra vez, pede perdão. O que está acontecendo? É simples. Essa pessoa recebe o perdão do pecado, mas não a libertação do mesmo.

Isso acontece porque essa pessoa ainda não teve o entendimento espiritual do que representa a cruz que Jesus carregou, e na qual foi crucificado por aquele pecado que atormenta sua vida.

Era essa a situação que também acontecia na época de Jesus; não havia expressão de misericórdia. O povo era de dura cerviz, e vivia debaixo de uma lei religiosa que julgava, condenava e amaldiçoava. Uma lei tão rigorosa que ninguém conseguia cumprir.

Por isso, Jesus, quando exercia seu ministério terreno, ensinava como devia ser praticado o perdão. Ele o fez com uma mulher que fora apanhada em flagrante adultério. A lei dizia que ela deveria ser humilhada e apedrejada; Jesus, no entanto, perdoou-lhe.

Endireitando-se Jesus e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais. João 8.10,11

Note bem que Jesus disse: “Vai-te e não peques mais”. Em outras palavras, Ele sabia que a lei era impossível de ser cumprida. Jesus sabia que chegaria o momento em que aquela lei seria substituída pela revelação da Graça de Deus – quando Ele inclina-se pra nós; o Senhor que abomina o pecado, mas ama o pecador. Por isso, Jesus veio fazer o que ninguém havia feito: cumprir a lei, buscar e salvar aqueles que se haviam perdido.

Não cuides que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. Mateus 5.17

Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Lucas 19.10

Sinplesmente um estudo maravilhoso. que Deus te torne forte e saudavel com essa palavra.