terça-feira, 6 de novembro de 2012

COMUNHÃO COM DEUS INVISÍVEL .


COMUNHÃO COM DEUS INVISÍVEL

2038659355_2f0feb2c4f_m Como se relacionar com um Deus que não podemos ver, ouvir e tocar ?

Eu orei para responder a esta pergunta. Ela toca em questão essencial. Mexe com epistemologia - a parte da filosofia que trata do método de conhecimento: como saber e como saber que sabemos? A questão proposta pode ser vista sob dois angulos bastante distintos: o da completa incredulidade -como pessoas podem se dedicar a tarefa tão irracional, capaz de menosprezar a única forma de se conhecer algo na vida, que é o uso dos sentidos? Elas dizem amar a quem não veem, nem ouvem nem podem tocar...

É possível, também, que essa seja a indagação do coração que crê, mas que se depara com uma relação para a qual não tem paralelo na vida: ter comunhão com um ser pessoal a quem não pode ver, ouvir e tocar literalmente. Isso pode parecer frustrante para quem vê em Deus a única saída para os seus dilemas e o objeto para onde convergem todos os seus amores.

O que dizer para o empiricista que só aceita como verdadeiro o que pode ser provado pelos sentidos? Bom, que essa proposição não pode ser provada pelos sentidos. Ela é puramente subjetiva. A ciência inteira está baseada numa asserção que não pode ser provada empiricamente. Em que laboratório foi provado que conhecimento verdadeiro é apenas aquele que nos chega pela via dos sentidos? Os nossos sentidos nos ajudam dentro das esferas que lhes são próprias. Fazer ciência respeitando o que vemos, ouvimos, tateamos, cheiramos e saboreamos; mediante cujas experiências sensoriais fazemos nossas inferências, é fundamental. Apesar de todo o ceticismo pós-moderno quanto aos próprios fundamentos da ciência moderna, a revolução cientifica e industrial só puderam acontecer por causa da premissa de que os sentidos contam e nos servem de guia para a aquisição da verdade.

É fato fora de controvérsia que há verdades auto-evidentes que não podem ser provadas mediante o cientificismo puro. A realidade dos valores morais, o conceito de beleza, a existência de um ser infinito-pessoal mediante cujo poder toda a complexidade da vida foi gerada, são algumas das verdades estabelecidas pelo uso da razão pura. Viver sem acreditar nelas é viver em constante contradição pessoal, pois por mais que as neguemos não conseguimos viver como se não acreditássemos nelas.

A relação com o que podemos ver, ouvir e tocar é mais complexa do que a relação com quem não podemos ver, ouvir e tocar. Nossos sentidos podem nos enganar e o que vemos muda constantemente. Deus é realidade infinita e imutável. Por ser santo, não mente. É tudo o que diz ser. Por ser imutável, não nos frustra jamais.

Eu não o vejo, ouço ou toco, porém ver, ouvir e tocar só fazem sentido num universo onde um Deus confiável nos assegura que nossos sentidos não são uma completa ilusão. Aquilo que vejo, ouço e toco me impele para o que não vejo, ouço e toco, pois qual a realidade última que está por trás de um mundo que não se explica a si mesmo, a não ser que o vejamos como efeito de uma causa eterna? O nada nada cria. O criado envolve o que é percebido e o que percebe. Quem pode com integridade intelectual dizer que as forças cegas foram capazes de criar seres que veem, ouvem e tocam.

Eu não o vejo, ouço e toco, mas sei que este universo composto por seres que têm consciência de si mesmos, jamais teria vindo a existência sem que alguém fora dele pudesse criá-lo.

Eu não o vejo, ouço e toco, mas há 2000 anos pessoas afirmaram tê-lo visto, ouvido e tocado. Estes que o viram, ouviram e tocaram disseram que ele pode ser amado e sua presença sentida por aqueles que não precisaram de ver, ouvir e tocar para crer, mas que se arrependeram e creram naquele que foi visto, ouvido e tocado. Estes, por terem recebido um coração puro, passaram a ter como certo aquilo que não precisa ser visto, ouvido e tocado para ser crido: O Deus eterno.

O Deus invisível não promete aparições para os que o amam. Promete, sim, manifestações inequívocas da sua realidade, beleza e amor na vida daqueles que largaram a maldade de suas ações e entregaram a vida ao seu Único Filho, o bendito Senhor e Salvador Jesus Cristo. O mesmo que disse para um dos seus discípulos: "Bem-aventurados os que não viram e creram".

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