sábado, 25 de agosto de 2012

Fundamentos destruídos.

“No SENHOR me refugio. Como dizeis, pois, à minha alma: Foge, como pássaro, para o teu monte? [...] Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Salmos 11.1,3).
Perseguido e ameaçado por seus inimigos, instado por seus amigos a fugir, a não resistir, a procurar um lugar que lhe abrigasse daqueles que demandavam contra a sua vida, o salmista reafirma sua confiança em Deus.
Em uma época de inversão vergonhosa de valores, qual é o fundamento da nossa fé? Sobre quais pilares temos edificado as nossas vidas? De que maneira temos vivido? Como somos vistos pelo mundo?
Durante alguns anos de sua vida, mesmo depois de ter sido ungido rei (pelo decreto soberano de Deus), Davi se viu obrigado a fugir da fúria assassina de Saul, e é nesse contexto, de perseguiçãoversus fuga, que o salmista, contrariando o conselho dos seus amigos, deposita sua confiança em Deus.

O cristão e o mundo

Como reagimos diante de uma sociedade que exalta os relacionamentos passageiros, o prazer em lugar do amor, a legalização de vícios e comportamentos lascivos, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, a mentira em detrimento da verdade e tantas outras formas de corrupção humana?
Talvez, do mesmo modo como aconteceu a Davi, sejamos instados a fugir ou mesmo nos conformar com a degradação que nos cerca. Todavia, o apóstolo Paulo nos adverte:
“[...] não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)
Em meio a uma sociedade adúltera, devemos transparecer os valores de Cristo, colocando-nos contra todas as distorções daqueles que pervertem a justiça e corrompem a glória de Deus.
“Não devemos ser como caniços agitados pelo vento, dobrando-nos diante das rajadas da opinião pública, mas tão inabaláveis quanto pedras em uma correnteza.” (John Stott)

O exemplo de Davi

Os companheiros de Davi deram-lhe bons motivos para buscar refúgio em outro lugar, de maneira que pudesse estar seguro das investidas de Saul:
“Porque eis aí os ímpios, armam o arco, dispõem a sua flecha na corda, para, às ocultas, dispararem contra os retos de coração” (Salmos 11.2)
Aqueles homens acreditavam que, se o salmista fugisse, deixando por algum tempo o lugar em que estava, certamente encontraria descanso para sua alma. Os companheiros de Davi descreveram a maneira sutil e covarde como agem os ímpios, arremetendo contra “os retos de coração”.
Embora a olhos humanos Davi tivesse bons motivos para “bater em retirada”, não é essa a sua decisão. Contrariando seus conselheiros, o salmista busca salvação em Deus:
“No SENHOR me refugio. Como dizeis, pois, à minha alma: Foge, como pássaro, para o teu monte?” (Salmos 11.1)
O salmista exalta a soberania de Deus, o seu cuidado para com os filhos dos homens, Davi afirma que coisa alguma passa despercebida aos olhos cuidadosos do Deus Todo-Poderoso. O Senhor perscruta todas as coisas e de maneira alguma está indiferente ao que acontece sobre a face da terra. Os amigos de Davi apenas olhavam para as coisas terrenas, mas o salmista fitava seus olhos nas celestiais, sabendo que Deus jamais cessou de reinar.
“O SENHOR está no seu santo templo; nos céus tem o SENHOR seu trono; os seus olhos estão atentos, as suas pálpebras sondam os filhos dos homens” (Salmos 11.4)
Davi reconhece que o Senhor põe à prova também ao justo, todavia não o condenará.
“O SENHOR põe à prova ao justo e ao ímpio; mas, ao que ama a violência, a sua alma o abomina” (Salmos 11.5).
O Senhor, do alto da sua soberania, permite a ação inescrupulosa dos homens, mas não retarda o seu juízo. As ações humanas limitam-se à vontade de Deus.
“Fará chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu cálice. Porque o SENHOR é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face” (Salmos 11.6-7)
O mundo caminha para a destruição dos alicerces, todavia, à semelhança de Davi, nossa confiança deve estar alicerçada no fato de que Deus reina eternamente e, ainda que todos os fundamentos se desfaçam:
“podemos sofrer com alegria, esperar com bom ânimo, aguardar pacientemente, orar fervorosamente, crer de maneira confiante e, finalmente triunfar” (Spurgeon)
Por: Áurea Emanoela Holanda Lemos | PreciosoCristo | Original aqui.
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